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ANDRé

GUSTAVO

IMG_1314.JPG

primeiro trimestre

As intervenções feitas desde o recebimento da árvore foram, na medida do possível, conservadoras, visando principalmente preservar a saúde e permitir o desenvolvimento da mesma e não focando no desenho da copa nesta fase.
 

Tentamos, inicialmente, procurar um nebari para ajudar a definição da frente da árvore. A busca não achou nenhuma formação que pudesse representar um bom nebari, mas apenas uma bifurcação com poucas raízes. Como o torrão se desfez nesse processo, optamos por trocar o substrato (pois o original estava bem compacto) e iniciar o posicionamento da mesma, com desfolha.
 

O tronco tem um formato espiralado. Para aproveitar este movimento, optamos pelo estilo han-kengai e posicionamos a árvore. A inclinação atual não é a desejada ao final do projeto, visto que, se assim o fizéssemos, as raízes ficariam demasiadamente expostas, a ponto de poderem morrer.

A porção de raízes que aflora ao solo, após a inclinação da planta, ainda está fraca, e por isso foi coberta com esfagno – o qual foi retirado para as fotos e recolocado depois.

 

Vários galhos morreram, inclusive o prolongamento natural do tronco que formaria o ápice caso a árvore estivesse em posição vertical. Optamos por não estressar mais a árvore. Com isso não fizemos outras podas, aramações importantes ou alterações no movimento de galhos, a fim de não matar outros galhos, diminuindo ainda mais as opções para formação de copa. Fizemos uma pequena tração e uma orientação do movimento de apenas um galho que estava se distanciando demais. Com isso, de

forma geral, a árvore ainda está “crua”, sem um formato definido.
 

Depois de um tempo a árvore começou a se desenvolver com vigor, ostentando o crescimento de novos galhos, e permitirá em breve a seleção de galhos e projeto da copa.
 

Os galhos secos foram cortados e pasta selante foi aplicada nas cicatrizes.
 

Dada a fragilidade atual da árvore, não foram realizadas intervenções para desenhar shari ou jin.

Segundo trimestre

  A árvore recuperou-se bem das intervenções anteriores, com folhagem frondosa e galhos crescendo bem. Ainda surgiram pequenas áreas com retração de seiva, mas sem perdas de galhos consideráveis como aconteceram no trimestre anterior.

  Retiramos o torrão para avaliar as possibilidades de nebari, e a árvore mostrou um bom desenvolvimento de raízes no período. A porção que estava se direcionando para o fundo do vaso foi cortada e as que estavam próximas à superfície foram posicionadas de forma radial, com um porção exposta, que foi recoberta com esfagno e serrapilheira para proteção. Espero o engrossamento dessas raízes e de outras, para ajudar a mostrar força na base da árvore. A composição do substrato permanece a mesma: 40% caqueira, 40% pedrisco, 10% casa de cupim e 10% CAC.

  Devido ao replante a árvore foi desfolhada, e gemas já começaram a brotar.

  Avaliamos melhor a distribuição de galhos e optamos por girar a árvore 180º, trocando a sua frente e aramando-a. Galhos fortes foram direcionados para baixo, caracterizando o estilo han-kengai. Um galho foi orientado como galho de fundo, aparecendo numa curva do tronco. Alguns galhos já foram posicionados para formar patamares, mas os patamares inferiores ainda estão em galho que precisa engrossar. Existe uma copa superior, cujos galhos ainda estão compridos mas que serão muito reduzidos no futuro.

  Como a árvore recebeu agora sua primeira aramação e, no trimestre anterior, perdeu muitos galhos, ainda estou mantendo uma atitude conservadora: Muitos galhos estão mais compridos do que deveriam e estou mantendo muitos como segurança caso hajam novas

mortes. Estou mantendo galhos com a mesma função. Conforme eles reagirem à aramação, neste trimestre retirarei os excessos e reduzirei bastante a copa superior, reservando força para os galhos inferiores.

 Ainda não desenhei shari ou jin na árvore.

 A árvore recebeu adubação orgânica constantemente - taegold e biogold alternados, além de fermentados líquidos.

TERCeiro trimestre

  A árvore está crescendo vigorosamente, com galhos estiolando e boas brotações. Mais alguns poucos galhos secaram, justificando algumas redundâncias que havíamos deixado. Como desejamos que o galho orientado para baixo desenvolva-se vigorosamente, mantivemos o vaso inclinado cerca de 60° durante dois meses (foto adicional), a fim de aplicar o geotropismo negativo e fototropismo positivo a este galho. Obviamente a rega tornou-se um pouco complicada, mas a técnica não prejudicou a saúde da planta.

 

  No período citado deixamos a planta crescer livremente. Após os dois meses alguns galhos aramados começavam a marcar. Retiramos a aramação, esperamos 15 dias e fizemos novas intervenções:

 

- Devolvemos a planta ao seu ângulo “natural”, caso contrário as folhas apareceriam fora de posição na foto.

 

- Aramamos novamente os galhos, com o arame no sentido inverso ao anterior, para não reforçar as marcas.

 

- Orientamos os galhos.

 

- Reduzimos consideravelmente a massa de galhos que será a copa superior, como planejado. Ela será ainda mais reduzida no próximo trimestre, após a planta se recuperar das intervenções. Alguns galhos foram orientados de forma a ocultar parte de uma seção reta na base dessa copa. Com a redução da copa superior, esperamos que a árvore direcione mais energia para o galho direcionado para baixo.

- Na seção que vai para baixo estamos orientando alguns galhos para formarem dois patamares. Um maior que voltará de encontro ao vaso e outro menor que ficará do lado oposto, mais abaixo. Com o desenvolvimento dessa seção, a intenção é fazer ao menos mais um patamar, que será o final.

 

- Parte do galho que seria o galho de fundo secou, e outro foi orientado para tal posição, aparecendo na curva da linha de tronco.

 

- Retiramos o esfagno e verificamos que o projeto de nebari se desenvolveu bem, com boa emissão de raízes capilares. Orientamos novamente as raízes, retiramos algum excesso e cobrimos novamente com esfagno. Esperamos que as raízes engrossem para formar um nebari agradável.

 

- Após fazermos as fotos dessa avaliação, retiramos os arames de alguns galhos, para que os mesmos possam crescer vigorosamente e com menor risco de secar.

 

- Retiramos quase todas as redundâncias. A composição do substrato permanece a mesma: 40% caqueira, 40% pedrisco, 10% casa de cupim e 10% CAC. Ainda mantenho uma atitude cautelosa e conservadora: Muitos galhos estão mais compridos do que ficarão ao final, para que possam engrossar. Ainda não desenhei shari ou jin na árvore. A árvore recebeu adubação orgânica constantemente

 

- taegold e biogold alternados, além de fermentados líquidos.

QUARTO TRIMESTRE

Neste trimestre deixamos a planta se desenvolver durante os dois primeiros meses,recuperando-se das intervenções anteriores.

No último mês fizemos os seguintes procedimentos:


- Substituímos alguns arames que estavam marcando;- Podamos os galhos mais compridos e fora do formato desejado;

- Posicionamos os galhos aramados, formando uma copa superior, um galho de fundo e três patamares inferiores, além do galho principal que continua seu movimento descendente.

- Alteramos a posição do torrão no vaso, mudando levemente o posicionamento da árvore; e

- Retiramos o esfagno, deixando as raízes mais próximas ao tronco expostas, para formação do futuro nebari.

São visíveis na foto algumas peças de arame usadas para prender as raízes capilares, 
orientando-as para baixo.

Após as fotos estes arames e partes das raízes voltaram a ser cobertas com 
esfagno.

A intenção agora é:

- Deixar os galhos engrossarem;
- Aumentar a massa verde e ramificação da copa superior e patamares existentes;
- Delinear o nebari; e
- Formar mais um patamar inferior, que será o final.

Mantivemos o mesmo substrato e esquema de adubação dos trimestres anteriores.

qUINTO trimestre

A comissão do Primeiro Troféu Marcelo Martins Rio de Janeiro agradece o empenho do bonsaísta André Gustavo que encerra sua participação a partir dessa fase do concurso.

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