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raphael

dutra

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primeiro trimestre

   Como a planta tinha sido recém-coletada, optei por não fazer o transplante e esperar uma resposta mais vigorosa e também por um momento mais propício para transplantes. Apenas coloquei uma camada de Tae Gold por cima do substrato original e cobri com uma camada de Caqueira, apenas para não deixar o adubo exposto à luminosidade. Algumas semanas após, fiz algumas podas de redução para o meu ápice e retirei uma conicidade invertida na parte direita da planta que provavelmente será trabalhada mais pra frente para se tornar um Jin. Daí até agora, tenho mantido a planta com Basacote plus 16-8-12 com micronutrientes, para bombar a planta

   Duas semanas atrás foi feita uma breve estilização, basicamente para posicionar galhos, encurtar os que apenas precisam ramificar e retirar os que não farão parte do meu projeto.

   Nessa escolha de frente, optei por inclinar a planta ligeiramente para a direita. Para valorizar mais um movimento de base e quebrar a monotonia de um ziguezague para cima. Estou trabalhando com diversos galhos de sacrifício, que foram marcados nas fotos com fitas rosa, e direcionados para cima (e às vezes para a lateral, de forma que não atrapalhassem as fotos) para que fique de fácil identificação e visualização.

   Começando debaixo, meu nebari não é exatamente muito promissor. Tenho algumas raízes laterais, mas nada que me pareça muito bom por enquanto. Só terei mais detalhes dele quando fizer o transplante, que inclusive vai definir se vou inclinar a planta mais pra trás ou para a frente.

O primeiro galho à esquerda é um galho de sacrifício que está sendo mantido para que eu consiga promover uma melhor conicidade e melhorar uma ligeira conicidade invertida da parte próxima ao nebari, que estava escondida pelo substrato. Quando for retirá-lo, vou trabalhar a cicatriz em um uro, ou unir com outras cicatrizes em um shari.

   O primeiro galho à direita será o primeiro galho de meu bonsai. Ele está bem posicionado na curva, já possui uma bifurcação que foi posicionada e pretendo utilizar, mas estava (e ainda está) fino demais para ser um primeiro galho. Estou trabalhando com três galhos de sacrifício que estão vindo deste primeiro galho, para que consiga engrossar com facilidade e depois tenha tempo de trabalhar as cicatrizes. Esses galhos de sacrifício saem para trás, por baixo, e um deles está crescendo diretamente de um dos galhos que planejo utilizar no futuro. Abaixo deste primeiro galho, na minha linha de tronco, existe uma cicatriz grande e mal fechada, que acabou quase se tornando um uro natural. Planejo usar ele como um atrativo futuramente, mas por enquanto ainda não está trabalhado.

 

   Seguindo a linha de tronco da planta, meu segundo galho, posicionado á esquerda ainda é uma dúvida. Deixei dois galhos que estão próximos e farão o mesmo papel. O mais debaixo está mais grosso que o meu primeiro galho e o de cima ainda está bem fino, porém bem mais maleável. Vou escolher um deles mais pra frente, dependendo do desenvolvimento deles e de meu primeiro galho, para se tornar o meu segundo galho. Uma das fotos extras mostra esses dois galhos com mais detalhe.

   Meu terceiro galho será ao fundo, e felizmente, consegui uma brotação recentemente numa posição bem bacana. Não foi aramado ainda, pois está muito verde. Em breve será. A foto extra mostra com mais detalhes essa brotação.

   Bem próximo a esse galho de fundo, existia um galho que crescia para cima, e que possuía uma conicidade invertida bem grande. Ele foi serrado e em breve será trabalhado como um jin. Ainda existe um galho vivo saindo dessa parte, mas estou mantendo ele curto e podado, pois não será utilizado em meu projeto. Apenas não o retirei ainda porque quero fazer isso quando definir o tamanho do jin e for trabalha-lo.

   Mais acima tenho meu galho de frente, que ainda não estou contente da forma que está. Em breve pretendo encurtá-lo, para conseguir bifurcar mais próximo ao tronco, e consiga galhos mais maleáveis e consequentemente, melhor posicionados.

   Seguindo para o começo do ápice, tenho mais um galho de fundo, um galho à esquerda e um para cima. Ainda não tenho nada para o lado direito, mas espero conseguir com as podas e futuras desfolhas, para que a copa não fique carecendo de massa verde. Pretendo conseguir ramificar a copa dessa mesma forma, nesse processo.

Segundo trimestre

  Após as últimas intervenções a planta deu uma diminuída de vigor, com a chegada do inverno, e consequentemente a diminuição da luminosidade em minha varanda (que já pega pouco sol). Coloquei apenas mais uma camada de Basacote Plus (16-8-12, com micronutrientes) logo após as ultimas fotos e deixei que crescesse.

 

  No começo de Julho, a planta começou a demonstrar um bocado de crescimento e deduzi que a planta não entraria em dormência, pois apresentava folhas bem verdes e brotos laterais ao longo dos galhos. Após isso, passou o mês de Julho inteiro brotando e sem nenhum problema.

 

  No começo de agosto, com o tempo ameno (nem frio, nem calor), decidi fazer o transplante. Porém antes, decidi trabalhar o galho que estava decidido transformar em Jin. Foi a minha primeira experiência com madeira morta e podem conferir na Foto extra 01. Trabalhei somente com ferramentas manuais: Um raspador de tronco, um estilete e um alicate de bico para puxar as fibras.

 

  Após, fiz algumas podas necessárias. Retirei o galho de sacrifício que saía diretamente do tronco, com um alicate bola, e deixou uma cicatriz bem limpa, que mal se vê pela vista frontal. Reduzi alguns galhos desnecessariamente longos, como alguns que saiam da região do ápice - em busca de uma ramificação mais compacta nessa área -, os dois potenciais segundos galhos, para que tivesse brotos novos mais próximos ao tronco e mais maleáveis, e também o galho frontal, pois sua bifurcação era muito afastada do tronco. Retirei um dos galhos compridos que saia do primeiro galho, pois por mais que ajudassem a engrossar ele, geraria uma cicatriz muito visível. Mantive o restante do primeiro galho bem comprido.

 

  No transplante, reduzi cerca de 60% do torrão, sendo a maior parte, raizes grossas, e tentei não tocar nas capilares mais compridas para facilitar a recuperação e absorção de água. Posicionei a planta sobre uma placa de madeira, e aparafusei sua base à ela, de forma que ficasse na posição desejada. Orientei algumas raízes ligeiramente mais grossas com pregos finos na placa, e uma raiz um pouco mais alta eu mantive grudada ao longo do tronco até à placa utilizando de outro prego, mas dessa vez na própria base da árvore.

 

  O substrato foi preparado na promoção de 40% caqueira e 60% pedrisco de rio. Adicionei TaeGold e um pouco de Premium Enraizador ao substrato, tendo polvilhado mais um pouco do enraizador diretamente ao redor das raízes. Uma camada grossa de caqueira foi colocada acima do substrato apenas para garantir que as raízes permaneçam bem úmidas nesse primeiro momento.

 

  Com as podas, bastante massa verde já havia sido retirada, mas achei que ainda não seria o suficiente para compensar a desidratação, então resolvi fazer uma desfolha parcial. Retirei o excesso de folhas no primeiro galho e mantive folhas nos galhos podados que tinham essa opção. 

 

  Infelizmente, o que eu achei q era um tempo ameno e propício à transplantes, na verdade era uma frente fria que estava se aproximando e que durou quase 3 semanas com temperaturas bem baixas para padrões cariocas. Nesse meio tempo, a planta não respondeu de forma positiva. As folhas foram abortadas e não houve brotação até a presente data. Não sei se foi a quantidade de raízes tiradas, se foi o frio, ou a combinação dos dois, mas definitivamente houve estresse e a planta entrou em dormência.

 

  A planta ainda está viva, sem dúvida alguma, mas as minhas podas mais fortes, onde não foram deixadas folhas começaram a retrair e secar. Até o presente momento, metade do segundo galho e metade do meu galho frontal já estão secos. O restante da planta está verde, é possível ver gemas aparentes, mas não observo um desenvolvimento delas. Talvez com o aumento das temperaturas agora ela comece a brotar. Tenho mantido ela em uma estuda feito de sacola plástica, para tentar estimular os brotos. Na Foto Extra 2 pode-se observar as gemas salientes ao longo do comprimento do primeiro galho

TERCeiro trimestre

  Da última atualização até agora, não houve muito progresso. A planta passou todos esses meses sem demonstrar sinais de brotação ou enraizamento.No entanto, quando já estava pra desistir, ela se mostrou forte e começou a brotar. Um dia antes do prazo de envio das fotos.

  Estava mantendo regas com frequência e mantive um pouco de musgo esfagno sobre as raízes assim que o tempo carioca começou a esquentar. No final de semana do dia 6/12 (uma semana atrás) comecei com a aplicação do enraizador Forth, que já tinha comprado há alguns meses, mas por complicações da pandemia, só consegui pegar no início de dezembro. Hoje (14/12) apliquei novamente o enraizador Forth e pretendo continuar aplicando semanalmente pelos próximos meses, até ter certeza que ela já consiga caminhar sozinha. Em breve começarei a adubar com TaeGold  e Premium enraizador, para prover as melhores condições de recuperação

 

  Infelizmente, devido ao longo tempo sem brotações, muitos galhos secaram. Terei de reformular 2o galho, galho de fundo e frontal todos do zero, ou mudar completamente de projeto. Vou esperar as brotações e decidir após a plena recuperação da planta.

QUARTO TRIMESTRE

   Tive bastante progresso desde a recuperação da planta, no último trimestre.

Infelizmente, não obtive brotações ao longo do tronco em posições que pudessem ser aproveitadas e os galhos secos que não resistiram ao transplante, em minha visão não ficariam legais como madeira morta.

Obtive crescimento vigoroso e diversos galhos estavam com mais de um metro de altura.

Como não tenho mais outros galhos na planta, além do primeiro e dos que vão compor o ápice, optei por não engordar mais o primeiro galho, e encurtá-los logo, para que consiga ramificações e brotações mais oportunas pelo tronco, que me ajudem a compor a planta.

O vigor ajudou a começar o processo de cicatrização das diversas feridas abertas pela planta (foto extra).

A planta foi adubada logo após as últimas fotos com tae gold e um pouco de basacote plus 16-8-12 (mais micronutrientes), para dar um gás em seu crescimento. E ontem, antes das fotos do 4o trimestre, repeti a dose de Tae gold.

 

qUINTO trimestre

A comissão do Primeiro Troféu Marcelo Martins Rio de Janeiro agradece o empenho do bonsaísta Raphael Dutra que encerra sua participação a partir dessa fase do concurso.

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